sexta-feira, 25 de julho de 2008

Mais Coisas de Bailes...


As matinés dansantes do Lisboa Ginásio Clube, em Lisboa, perto do Largo de Santa Bárbara.
Casaquinho e gravata, senão não entram os ninos. Tias e mães por todo lado, a vigiar e zelar pela integridade de sobrinhas e filhas. Música ao vivo, claro, ali no ginásio central, geralmente 3 ou 4 elementos, com boa amplificação.
As ninas, muito compostas, sentadinhas em cadeiras, com Tias e Mães atrás. A malta no meio da pista, aos magotes, a tentar saber de que altura ela seria, quando se levantasse para dançar e se daria encosto. Se possível, e se já se conhecesse a nina, fazia-se um sinal de liques a dizer que a iríamos convidar. E íamos devagar, para que ela tivesse tempo de dar uma ou duas tampas.
Íamos buscá-la ao lugar, sob o olhar crítico da tia ou mãe, e seguíamos para o centro da pista.
Se ela encaixava logo, muito bem. Se se punha à distância, azar o nosso. Não se podia puxar por elas, por causa dos fiscais de linha que andavam a passear pela pista, à coca dos encostos.
Se ela era pés de chumbo, azar. Tínhamos de ficar com a nina nos braços por três danças, com breve intervalo. Só depois se podia mudar de par. Às vezes, a nina dizia que estava cansada e a malta percebia e ia logo pô-la no sítio.
Notem que estamos a falar de três slows, swings, tangos, boleros, chachacha, foxtrot, etc. No caso de tangos, terminava sempre com um pasodoble ou uma valsa. Era castiço, mas era assim mesmo. Até as solas dos sapatos queimavam, Sued. E conversava-se, e suava-se, e amarrotava-se as calças e o casaco, e as nossas mãos suadas ficavam marcadas nas costinhas dos vestidinhos delas. Muitos engates se faziam, nas matnés do Lisboa Ginásio, puerra. Coisas que até deram em casamento, juro. (Por exemplo, eu conheci a Tia num baile particular nas Amoreiras, mas isso fica para outrra vez.)
Depois, havia um bar e bilhares. De mãozinha na algibeira esquerda das calças, lá íamos beber umas bejecas, mas depois punhamos spray na boca, por causa do hálito a levedura.
Aquilo durava até às 20h, e lá voltávamos para casa, a trocar impressões sobre as ninas, se dançavam bem, como dançavam, se encostavam, etc.

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